Da janela do meu quarto
Da janela do meu quarto, no meu silencio desvairo;
e como num filme assisto cenas do meu viver...
revejo travessias
de
lembranças não esquecidas,
pedaços de minha vida, que da janela eu posso ver...
Com o olhar mergulhado no imenso azul do céu,
comovida encontro-me com tudo que ali deixei,
com a casinha de alpendre feita de taipa e barro e,
no terreiro ainda, a carnaubeira, que por lá plantei...
E da minha janela absorta em meus devaneios,
que por entre árvores um pássaro feliz ouço cantar.
E no açude pegando água na cabaça e já cansado,
vejo o meu
velho pai, alegremente, assobiar...
Da minha janela vou além do horizonte
fecho os olhos, sigo no vento, pro meu lugar
a minha mãe de vestido de flores na cozinha
na beira do fogão acende a lenha a cantarolar...
E assim, da minha janela, deliro acordada
também com o moço do cavalo branco que passa por cá
sou uma menina moça, dengosa e faceira,
que espera na janela o seu príncipe encantado passar...
(fatima fontenelle)
20.10.2013
20.10.2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário